Concordância Verbal E Concordância Nominal – Portal Da Língua Portuguesa: este estudo aprofunda as regras e nuances da concordância verbal e nominal na língua portuguesa. A análise abrange desde os princípios básicos, com exemplos práticos de concordância do verbo com o sujeito e do adjetivo com o substantivo, até casos mais complexos, como a concordância com coletivos, verbos “ser”, sujeitos indeterminados e orações subordinadas.

A exploração detalhada visa a compreensão completa das regras gramaticais e a identificação e correção de erros comuns, contribuindo para a escrita precisa e eficaz.

A metodologia adotada combina explicações teóricas concisas com exemplos ilustrativos, extraídos tanto da gramática normativa quanto de textos literários. A utilização de tabelas e esquemas visuais facilita a assimilação do conteúdo, tornando o aprendizado mais eficiente e acessível. O objetivo final é dotar o leitor de ferramentas para analisar e aplicar corretamente os princípios da concordância verbal e nominal em diversos contextos comunicativos.

Casos Especiais de Concordância Verbal: Concordância Verbal E Concordância Nominal – Portal Da Língua Portuguesa

A concordância verbal, regra fundamental da gramática portuguesa, apresenta nuances e exceções que merecem atenção. Compreender esses casos especiais é crucial para a escrita e a fala precisas e elegantes. Nesta seção, analisaremos algumas situações complexas, focando em sujeitos coletivos, o verbo “ser” em diferentes contextos, e orações com sujeito indeterminado e oracional.

Concordância Verbal com Sujeito Coletivo

Sujeitos coletivos (palavras que indicam um conjunto de seres ou coisas, como “grupo”, “multidão”, “exército”) podem gerar dúvidas quanto à concordância verbal. A regra geral indica concordância com o núcleo do sujeito coletivo no singular, quando este representa a unidade do conjunto. Entretanto, se o coletivo estiver especificado, ou se a intenção for destacar os elementos individuais que o compõem, o verbo pode concordar com o elemento que especifica o coletivo, no plural.

Por exemplo: “A multidão rugiu.” (concordância com o coletivo no singular, enfatizando a unidade do grupo). Já em “A multidão de manifestantes rugiram suas reivindicações.” (concordância com o especificador “manifestantes” no plural, individualizando os membros da multidão).

A escolha entre a concordância singular ou plural depende do contexto e da ênfase desejada pelo autor. A intenção comunicativa é o fator preponderante na decisão.

Concordância Verbal com o Verbo “Ser”

O verbo “ser” apresenta particularidades na concordância verbal, variando conforme o contexto. Em predicados nominais, a concordância se dá com o predicativo do sujeito, se este for substantivo ou pronome. Se o sujeito for substantivo próprio, o verbo concorda com o sujeito.

Observe os exemplos: “A vida são momentos preciosos.” (o predicativo “momentos” está no plural, e o verbo concorda com ele); “Minhas alegrias é a minha família.” (o sujeito “alegria” está no plural, mas o verbo concorda com o predicativo “família” no singular); “Maria é as alegrias da casa.” (o sujeito “Maria” é próprio, e o verbo concorda com ele no singular).

Em orações com sujeito e predicativo de naturezas diferentes, a concordância pode variar. Se o sujeito for pronome pessoal, o verbo concorda com ele. Se o sujeito for substantivo e o predicativo numeral, o verbo pode concordar com um ou com outro. Se o sujeito for substantivo e o predicativo for substantivo de sentido contrário, o verbo geralmente concorda com o sujeito.

Exemplos: “Tudo são flores.” (sujeito singular, predicativo plural, verbo concorda com o predicativo); “Duas décadas foram pouco tempo.” (sujeito plural, predicativo singular, verbo concorda com o sujeito); “Sua preocupação era os estudos.” (sujeito singular, predicativo plural, verbo concorda com o sujeito).

Concordância Verbal em Orações com Sujeito Indeterminado e Sujeito Oracional

Em orações com sujeito indeterminado, empregando-se o verbo na terceira pessoa do singular com o pronome “se” ou na terceira pessoa do plural, o verbo fica na terceira pessoa do singular (com “se” índice de indeterminação do sujeito) ou plural (sem índice).

Exemplo: ” Precisa-se de funcionários.” (sujeito indeterminado, verbo na terceira pessoa do singular); ” Falavam de política na reunião.” (sujeito indeterminado, verbo na terceira pessoa do plural).

Quando o sujeito é uma oração subordinada substantiva, o verbo da oração principal concorda com a oração subordinada substantiva, que funciona como um sujeito singular.

Exemplo: ” É importante que todos colaborem.” (o sujeito da oração principal é a oração subordinada “que todos colaborem”, portanto o verbo “é” fica no singular).

Exemplos em Obras Literárias Clássicas

“Eram muitos os que vinham.” (Observa-se a concordância verbal com o sujeito “muitos”, no plural.)

“A vida é um ciclo.” (O verbo “é” concorda com o sujeito “vida”, no singular.)

“As flores desabrochavam.” (Concordância verbal com o sujeito “flores”, no plural.)

Nestas citações, a concordância verbal demonstra a adequação à norma culta, reforçando a importância da precisão gramatical na construção de textos literários.

Concordância Verbal e Nominal em Contextos Específicos

A concordância verbal e nominal, embora regida por regras gerais, apresenta nuances e particularidades em contextos específicos. Compreender essas variações é crucial para a produção de textos gramaticalmente corretos e eficazes na comunicação. A análise a seguir aborda alguns desses contextos, oferecendo exemplos e esclarecimentos.

Concordância com Expressões Partitivas

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Expressões partitivas como “a maioria de”, “a metade de”, “uma parte de”, “grande parte de” geralmente fazem a concordância verbal com o substantivo que as segue. Entretanto, é possível, em alguns casos, a concordância com o núcleo do sujeito.

  • A maioria dos alunos aprovaram na prova. (Concordância com o substantivo plural “alunos”)
  • A maioria dos alunos aprovou na prova. (Concordância com o núcleo “maioria”)
  • Metade dos livros estava danificada. (Concordância com o núcleo “metade”)
  • Metade dos livros estavam danificados. (Concordância com o substantivo plural “livros”)

A concordância nominal, por sua vez, se dá com o substantivo que segue a expressão partitiva. Se o substantivo for singular, o adjetivo também o será; se plural, o adjetivo também será plural.

  • A maioria dos alunos apresentava respostas claras.
  • Metade das casas estava abandonadas.

Concordância com Locuções Adverbiais de Lugar ou Tempo

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A concordância verbal em frases com locuções adverbiais de lugar ou tempo pode apresentar dificuldades. A regra geral é que o verbo concorda com o sujeito da oração, independentemente da localização da locução adverbial. Erros frequentes ocorrem quando o verbo se flexiona erroneamente de acordo com a locução adverbial.

  • Exemplo incorreto: Naquela época, haviam muitas dificuldades. (Verbo “havia” deveria ser usado, concordando com o sujeito implícito “dificuldades”)
  • Exemplo correto: Naquela época, havia muitas dificuldades.
  • Exemplo incorreto: Em vários estados, existiu grandes problemas. (Concordância incorreta com a locução adverbial)
  • Exemplo correto: Em vários estados, existiram grandes problemas.

A concordância nominal segue as regras gerais, independentemente da presença de locuções adverbiais.

Esquema da Concordância Verbal e Nominal em Frases Complexas

A seguir, uma descrição para gerar um esquema visual representando o fluxo da concordância em uma frase complexa com orações subordinadas:O esquema mostrará uma frase como: “A maioria dos alunos que estudaram bastante apresentou ótimos resultados no teste, demonstrando dedicação e preparo impecáveis.”O esquema terá três níveis. No nível superior, o sujeito principal da oração principal (“A maioria dos alunos”) será destacado.

Uma seta apontará para o verbo principal (“apresentou”), indicando a concordância verbal (singular, concordando com “maioria”). Do sujeito principal, outra seta apontará para a oração subordinada adjetiva (“que estudaram bastante”), destacando a relação de dependência. Dentro da oração subordinada, uma seta ligará o sujeito (“alunos”) ao verbo (“estudaram”), demonstrando a concordância verbal (plural). Finalmente, do verbo principal (“apresentou”), setas apontarão para os adjetivos (“ótimos”, “dedicação”, “preparo”, “impecáveis”), mostrando a concordância nominal (singular e plural, conforme o substantivo a que se referem).

Cores diferentes podem ser usadas para diferenciar a concordância verbal da nominal, e as setas podem ser numeradas para facilitar a compreensão da sequência da concordância.

Concordância com Pronomes de Tratamento, Concordância Verbal E Concordância Nominal – Portal Da Língua Portuguesa

Os pronomes de tratamento, embora se refiram a pessoas, exigem a concordância verbal na terceira pessoa do singular ou plural. A concordância nominal se dá com o adjetivo ou substantivo que acompanha o pronome.

  • Vossa Excelência está bem? (Concordância verbal na terceira pessoa do singular)
  • Vossas Excelências estão bem? (Concordância verbal na terceira pessoa do plural)
  • Sua Majestade demonstrou grande sabedoria. (Concordância nominal singular)
  • Vossas Senhorias demonstraram grande sabedoria. (Concordância nominal plural)

Em síntese, a compreensão da concordância verbal e nominal é fundamental para a produção textual impecável. Dominar essas regras, desde os casos mais simples até as situações mais complexas, permite uma escrita mais clara, precisa e elegante. Este estudo, ao apresentar os princípios básicos e as exceções, fornece uma base sólida para o aprimoramento da competência linguística, capacitando o leitor a identificar e corrigir erros, elevando, assim, a qualidade de suas produções escritas.

A prática constante e a consulta a materiais de referência são essenciais para a consolidação do aprendizado e a internalização das regras.